sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dezoito.



Após uma espera eterna, o décimo oitavo dia do mês havia chegado. Não se tratava apenas de um simples dia semanal e sim o dia mais importante ao longo de dezoito anos de vida. De praxe, resolvera fazer uma grande festa de aniversário. Convidara todos os moradores das dezoito ruas existentes em sua pacata cidade e, alegremente, fora escolher a melhor roupa que já tivera para tal comemoração.

A dúvida perseguiu-lhe durante intensos dezoito minutos até avistar aquele que seria o grande "look". Rapidamente arrumou-se e as dezoito horas tudo estava perfeitamente em seu devido lugar. Todos compareceram, foram necessárias a formação de exatas dezoito filas de mesas para os convidados. Mas estava faltando algo, aliás, alguém.

Sua primeira paixão que durara dezoito meses perfeitos não estava presente. Apesar do triste fim, ela ainda o amava e nesse grande dia ele deveria estar presente, mas não estava. Seu coração estava a dar punhaladas em si próprio a cada vez que, ao olhar a multidão, não enxergava sua paixão. Exceto esse pequeno detalhe, tudo aconteceu nos conformes. Dezoito enormes caixas de presente foram o resultado de tudo isso.

Depois da despedida, dirigiu-se ao seu quarto onde encontrara sobre a cama dezoito lindos buques de rosas ao redor de um envelope sem remente. Abriu-o imediatamente e logo reconheceu aquela letra pequena e redonda. Ficou em estado de choque durante longos dezoito segundo e quando voltou a si, focou seus olhos no bilhete.

Quando desdobrou-o, avistou um pequeno texto que resumia-se na seguinte frase: "Feliz aniversário meu amor. Você foi o melhor presente da minha vida e eu sempre vou amar você." Foram exatamente dezoito palavras que a fizeram chorar durante os dezoito anos que se seguiram.

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